Ao contrário do que possa parecer, este foi o primeiro ano que a Netflix aparece no relatório top 100 da Interbrand. Está tímida, até. Lá na posição 78. Mas ainda assim, uma marca que tem mostrado sua relevância por ser disruptiva em um mercado pra lá de tradicional.
É clichê os empresários em reuniões estratégicas mencionarem as marcas UBER, AIR BNB e NETFLIX. O blá-blá-blá nesses encontros é sempre o mesmo: como marcas que nos são referência podem inspirar nossas ações. Mas parece uma coisa de esquizofrênico: quanto mais se fala das marcas de referência, menos se inspiram nelas
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“Hoje eu passo por uma fase meio bizarra”, me confessou o Branding dia desses.
Diz que é mal compreendido: teve seus dias de fama, mas hoje passa por uma crise de identidade. “O Porta dos Fundos tá até tirando onda. A galera gourmetizou a zoação e começo a questionar o meu papel. Uma rápida pesquisa no Google me leva a tantas opções que eu já nem sei mais quem sou eu”. Na verdade – respondi, com toda complacência – todo mundo passa por essa fase de transição. No começo existe muito glamour em torno do seu nome, muita vaidade pelo seus usos. Agências com “branding” entre seus aclamados serviços ganham um novo patamar de inovação… e tudo que ganha fama – passado o tempo de glória – precisa de um tempo de introspecção. De design de marca a posicionamento estratégico empresarial, alguns dos principais atributos do branding foram ficando pelo caminho, ofuscados pelo brilho de seu próprio glamour. Sou muito movido por propósitos e possuo algumas filosofias que definem a maneira como eu trabalho. Já fui convidado para trabalhar em agências grandes e recusei com muita dificuldade - agência grande tem sempre um glamour e alimenta a vaidade. Não me vejo trabalhando em um negócio que explora seus profissionais a ponto de não permitir que eles tenham qualidade de vida. Acredito e busco uma vida equilibrada entre trabalho, família e projetos sociais. Defino uma agenda bem restrita de clientes para que eu não fique trabalhando freneticamente. No ramo do marketing só sobra tempo de qualidade para aqueles que realmente buscam. É fácil se afundar no trabalho, e propostas não faltam: o dinheiro é tentador. Mas, pensa comigo: se tempo é dinheiro, é oferecendo dinheiro que vão corromper seu precioso tempo.
Texto também publicado no portal de comunicação e criatividade UPDATE OR DIE. Quando entrei na publicidade, em 2006, a galera que trabalhava em agência tinha uma visão do “freelancer” como um “macaco”: aquele cara que pula de galho e galho, roubando clientes, prostituindo o mercado oferecendo um serviço duvidoso por um preço beeem mais baixo que uma agência normalmente cobraria.
Nessa época ficavam todos enfiados na agência, com horário para chegar, sem horário para sair, tendo uma nutrição baseada em pizza, café e Redbull. Estava tudo errado, mas todos — de alguma maneira — eram hipocritamente felizes. Hoje vejo essa felicidade como uma (in)consciência coletiva — mais para o “Imbecil Coletivo” do Olavo de Carvalho — onde o publicitário tinha que se adequar a essa cultura sem questionar. |
AutorThiago Balduino Caldeira Histórico |